quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Tempo: tardança do que está por vir

O título deste post é um trecho do poema argentino "Gaúcho de Martín Fierro" de José Hernadez, que faz menção aos moradores do extremo Sul brasileiro. Fui conhecer mais sobre o material integral por inspiração da obra "Reiventando a Educação" de Muniz Sodré, e curti a filosofia contida!


Se pararmos para pensar, no contexto temporal das palavras "tardança", "por vir", de fato, o tempo é isso e muito mais! São nossas expectativas engarrafadas a vácuo no presente que vivemos. Vejamos alguns exemplos no cotidiano mesmo: nossa preocupação pelo bom alimento, 'boa'(ou não) aparência, bom(ou não) senso, boas(ou não) amizades, boas(ou não) palavras. Pois tudo do hoje é, de fato, a "tardança do que está por vir". E se hoje o 'tempo' que está por vir é o resultado de nossa ação e/ou preparação hoje, então, nunca temos como escapar.

Sei que a análise é bem mais que isso. Mas como se trata de uma obra aberta, ouso a inspiração com o meu dia a dia. E mais. Ouso a associar com poesia.

"O que temos para hoje???
- O individualismo sem fim; de ações oportunistas de uns em detrimento do futuro maléfico a tantos outros
- A incapacidade de multiplicar o saber, preocupando-se com o futuro, sim, com o futuro de isolamentos
- Um olhar verde e, depois de seu último piscar, o cinza a restar
- O tic-tac a badalar, porém, sem reconhecer que o tempo não pode parar
- As causas impossíveis abraçadas por alguns e o lampejo de arrependimento por nada lutar
- O amor renegado e a paixão suprimida por quem tem no tempo sua melhor saída
- O contentamento do menor, sabendo que há melhor que um grande aparato a nos guiar
- A felicidade dos corajosos, pelo toque do relógio, um dia a estagnar!"
(Evelyn)

AO SOM DE: Mochileira (Geraldo Roca e Almir Sater)

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